Malefícios do uso de telas por bebês
Existe um anseio muito grande dos pais pela liberação de telas para bebês. É como se buscassem aprovação médica ou de alguma “autoridade” que incentiva o uso. Alguns pais acreditam que a tela é um tipo de entretenimento saudável.
No entanto, a exposição de telas aos bebês pode causar consequências desagradáveis no decorrer da vida.
Por isso, fizemos um compilado sobre o tema para maior entendimento e uma tomada de decisão consciente e cuidadosa sobre a utilização de telas.
As telas descolam o bebê da realidade
Muitos cuidadores enxergam as telas como um facilitador do dia a dia com um bebê. Buscar a tela permite que o bebê fique paralisado e entretido, para a execução de outras funções.
No entanto, a tela causa um descolamento da realidade, que é quando as coisas estão acontecendo na volta da criança, e ela não percebe toda a movimentação.
Crianças expostas às telas desde bebês tornam-se descoladas também de tarefas e responsabilidades importantes da vida. Sendo assim, os pais precisam deixar que as crianças vivam essa fase da vida e atuem de forma sistemática em casa, auxiliando em todos os cuidados.
Ao colocar a criança em contato com a tela para distraí-la, automaticamente ela é colocada distante dessas funções. Ou seja, o bebê ao crescer não está envolvido em nada ao seu redor, e o mundo segue em paralelo.
O bebê não deve ser distraído
Os pais devem atentar para que o bebê esteja integrado ao ambiente em que vive. Isso porque ele acaba se habituando a viver no irreal. Como resultado, quando criança, não se sente satisfeito com o que é oferecido fora daquele “ambiente”.
A Associação de Pediatria Brasileira não recomenda a exposição de telas para bebês de 0 a 2 anos. Ou seja, o tempo de contato dos bebês com a tela deve ser igual a zero.
O recebimento de estímulos em excesso causa níveis de dopamina elevados em nosso corpo. A dopamina é um mensageiro químico que atua no sistema nervoso central, que regula nossas emoções e a atenção.
As telas oferecem conteúdo acelerado, produzido para não desgrudar o olho. Sendo assim, provavelmente, ao voltar o olhar para a vida real, a criança tenha dificuldade em enxergar a beleza e se conectar “fora” desse universo. Isso porque tem menos música, mudanças de tela, informações e cores.
Consequências e malefícios da exposição às telas
Por viver com o olhar voltado ao que não existe, a criança cria a ideia irreal de mundo divertido, que a deixa feliz.
O cérebro do bebê está em construção, formando fontes e conexões. Quando é exposto a um mundo que não existe, passa a viver em uma pseudo realidade. Sendo assim, ao lidar com ações simples e rotineiras que a vida real impõe, sofrem uma frustração.
Como resultado, a criança sempre irá buscar por distração e outras maneiras de se manter num mundo diferente do que é oferecido.
Agressividade, desinteresse e falta de atenção
É possível que a criança passe a lidar de forma agressiva e reativa. Puxar, bater e gritar para pedir o celular, por exemplo. Isso porque esse mundo real não é legal, e ela acredita que tem sempre algo melhor em outro lugar.
Existem também as crianças que não respondem ao real, que estão angustiadas. Ou seja, preferem estar no quarto ou sozinhas com o celular na mão, já que estão deprimidas com a realidade.
A chance dessa exposição resultar em angústia, depressão, ansiedade, suicídio e vício (por jogos e desenhos), reações que crescem a a cada dia.
As telas aplicam elevado grau de dopamina na criança com todos os estímulos apresentados. Sendo assim, quando colocadas “de volta” à realidade, é como se não houvesse o suficiente para se sentirem instigados, felizes e contentes.
Ou seja, atividades rotineiras, como ir à escola e ficar sentado e escutar o professor podem ser um verdadeiro desafio.
A chance do bebê se tornar uma criança desatenta, com dificuldade de se manter envolvida com o que está a sua frente por muito tempo é grande.
Cuidar de bebês de forma cuidadosa e responsável
É importante que os cuidadores façam uma reflexão sobre o que é possível tirar do tempo de telas, e dessa forma, adicionar doses de realidade.
O bebê interage com o mundo ativando sua criatividade para descobrir como funciona cada coisa e assim sentir-se envolvida. No entanto, ao oferecer a tela, esse motor de descoberta é abafado. Ou seja, não é recomendado mostrar um mundo fora da realidade por muito tempo para que a criança tenha oportunidade de vivenciar experiências.
Existem casos extremos, em que a mãe realmente não conta com ajuda e precisa, por algum momento, de uma ferramenta de urgência para lidar com uma situação. No entanto, é preciso cuidar para que essas exceções não se tornem corriqueiras a ponto da criança se acostumar.